Para uma geração que começou a consumir filmes e séries apenas nos últimos 15 anos, chega a rolar um estranhamento em conhecer determinadas produções mais antigas. Isso porque, em um passado não tão distante, não havia tanta preocupação em tocar em certos assuntos. Claro que, vez por outra, rolava algum escândalo quando se brincava com algo considerado tabu, mas havia bem mais espaço para filmes politicamente incorretos.
O termo “politicamente incorreto” pode significar muitas coisas. No caso de filmes, é mais fácil lembrar de comédias, que tiraram sarro sem dó de casos sérios ou determinados grupos de pessoas, mas temos aqui narrativas mais sérias também. Hoje, a repercussão negativa já é antecipada e tais projetos nem vão para a frente. Confira nossa lista e julgue por si mesmo se eles passaram do limite ou não. Aliás, qual é o limite para isso?
Em 1964, Stanley Kubrick lançava uma comédia. Até aí, nada incomum, mas o pano de fundo deste texto era a Guerra Fria e bomba atômica, fazendo graça com a instabilidade mental dos militares, a incompetência dos políticos e a ciência sem ética. Ridicularizando o exército e brincando com o assunto de destruição em massa, o lendário diretor criou uma obra-prima do humor negro e uma da críticas mais ácidas da história do Cinema.
O grupo inglês Monty Python não é sinônimo de humor comportado, mas aqui chutaram o balde. A Vida de Brian acompanha o personagem título, nascido em uma manjedoura vizinha à de Cristo e ao mesmo tempo. A jornada do infeliz é uma sátira não apenas aos filmes bíblicos, como também uma cutucada impiedosa no cristianismo, na fé religiosa em geral, na hipocrisia de alguns revolucionários e nas estruturas políticas de todos os tempos.
Criado e interpretado pelo humorista britânico Sacha Baron Cohen, como personagem de TV, Borat ganhou um longa-metragem em 2006. Na linha do falso documentário, entrevistando pessoas reais desavisadas pelos EUA, a brincadeira é com o choque cultural, mas com o ator performando inúmeras grosserias e comportamentos supostamente típicos do Cazaquistão. Não é preciso dizer que irritou os verdadeiros habitantes do país, certo?
Comédia dos irmãos Farrelly, em alta no fim dos anos 90. Quem vai ficar Mary? mostra a obsessão do protagonista pela garota que, por azar, deixou de acompanhá-lo anos antes ao baile de formatura. Com um detetive contratado, ele a encontra, mas o problema é que todos que se aproximam de Mary se apaixonam por ela. E dá-lhe piadas com testículos, esperma, deficiência física e mental, América latina e outros tópicos hoje proibidos.
O contraste é sempre uma boa ideia, então, colocar um ursinho de pelúcia de comportando como um adulto grosseiro acabou fazendo sucesso. Criado a partir de um desejo de criança, Ted acompanha John como seu melhor amigo na vida adulta, mas o conflito entre a maturidade e a diversão são inevitáveis. Seth MacFarlane, criador de Uma Família da Pesada, dirige, escreve e faz a voz do ursinho, caprichando para incomodar o público.
Woody Allen em sua fase mais cômica, em um filme com formato de antologia que propõe um olhar humorístico sobre várias facetas do sexo. Inclusive, abordando o que pode ser considerado perversão ou desvio. Quantas comédias hoje em dia ousariam fazer piada com zoofilia ou crossdressing? Outros tempos, mas o texto irônico e as interpretações mantém esse filme como uma das melhores comédias dos anos 70 e um grande momento de Allen.
Veja como transformar a sua TV em Smart agora mesmo!
Filme que alavancou a carreira do trio David Zucker, Jim Abrahams e Jerry Zucker, diretores e roteiristas. Sátira de filmes catástrofe, a partir do caso de um passageiro traumatizado em um vôo, que precisa pousar um avião após os pilotos ficarem incapacitados. Isso inicia uma série de situações nonsense e pequenas piadas que vão se costurando pelo filme, onde sexismo, insinuações de pedofilia e outras polêmicas vão se amontoando a cada segundo.
Um rapaz pouco inteligente resolve sair da casa de sua família e tentar a vida na cidade grande.A falta de capacidade dele já fica clara em um detalhe; já que ele é um branco adotado por uma família negra, mas nunca lhe passou pela cabeça ter sido adotado. Steve Martin em grande forma e na sua melhor fase, atuando em um tempo em que, praticamente, ninguém ligava para estereótipos de qualquer tipo no Cinema.
Os meninos da animação da famosa e escrachada série de animação de Trey Parker e Matt Stone assistem a um filme canadense, proibido para menores. Ao começarem a falar os palavrões que aprenderam ali, a cidade fica escandalizada e começa uma campanha contra o Canadá. Além da brincadeira bairrista, vale tudo em South Park, inclusive mostrar Saddam Hussein no inferno, como marido do Diabo, entre outras barbaridades.
Fora da comédia agora, um clássico do mestre Stanley Kubrick. O que faz de Laranja Mecânica politicamente incorreto não é apenas mostrar adolescentes que roubam, matam e estupram por mera diversão, mas ousar criar no público alguma empatia pelo protagonista Alex DeLarge. Afinal de contas, o condicionamento que o governo usa para reabilitá-lo é tão bárbaro quanto os crimes da gangue do jovem. Continua provocador, atual e obrigatório.
Grande obra setentista, quando podia quase tudo em Hollywood. Até mesmo mostrar uma criança fumando e exibindo muita inclinação para seguir os passos de seu pai, aplicando pequenos golpes. Sem maniqueísmo, Lua de Papel não julga as atitudes ou o ganha-pão de pai e filha, deixando isso para o público. Hoje seria um escândalo, mas, em sua época, foi um sucesso que, inclusive, rendeu um Oscar para a então pequena Tatum O’Neal.
Quer ter canais de filmes e ainda ter acesso às plataformas de streaming? Com os pacotes SKY você pode!
Com o melhor preço do mercado e com a mais alta tecnologia, você tem acesso aos canais de TV por assinatura e às suas assinaturas de streaming, em um só aparelho. Confira nossas promoções e venha economizar.