Dublagem é um assunto bastante polêmico. Há quem defenda com unhas e dentes e há quem odeie com todas as forças, mas precisamos ser justos. Independente dos seus sentimentos a respeito desta prática, temos profissionais super competentes em atividade no Brasil, onde, muitas vezes, fazem um trabalho de atuação muito melhor que os atores em seu idioma original.
Mas, nem por isso, estamos livres de encontrar péssimas dublagens em português. Muitas vezes, fruto de uma direção equivocada na seleção dos profissionais. De qualquer forma, o assunto dá muito pano para discussão e vale uma pequena lista, selecionando bons e maus exemplos.
A seguir, juntamos aquilo que consideramos como as melhores e as piores dublagens de filmes. Certeza que você lembra de muitas dessas vozes, que acabaram grudando na memória dos espectadores ao longo dos anos. Fique agora com a nossa lista das melhores dublagens, superando até os originais.
Os filmes de ação da década de 1980 não teriam o mesmo charme sem a nossa dublagem. É preciso muita criatividade para adaptar termos idiomáticos e entonações para caber nas bocas dos gringos, com Stallone: Cobra sendo um belo exemplo disso. Aliás, o dublador André Filho foi a voz oficial de Sylvester Stallone no Brasil até falecer, em 1997.
Muita gente hoje prefere ver dublado. Afinal de contas, além de uma voz que encaixa super bem no brucutu Stallone, o texto se sai bem com pérolas do tipo “Você é um cocô!”. Quem nunca viu, deve ter achado, no mínimo, curiosa essa informação.
Se Stallone teve sua voz oficial no Brasil, não poderia ser diferente com Arnold Schwarzenegger. Em 1985, Comando para Matar explodia nos cinemas e alguns anos depois chegava à TV, com Garcia Júnior emprestando sua voz ao parrudo, que, aliás, é mil vezes melhor que a original. O motivo é que o dublador realmente interpreta, enquanto Schwarzenegger só declama falas.
É até uma injustiça apontar apenas um filme dublado do austríaco entre os melhores, já que Garcia Júnior dá um show em todos eles e virou uma voz bastante conhecida para o público brasileiro. Fica aqui uma menção especial aos dois filmes de Conan e Predador.
O grande ator Raul Julia, falecido em 1994, interpretou o patriarca da família Addams em dois filmes, em 1991 e 93. Dono de uma voz grave marcante, precisava de um dublador que desse conta deste ar imponente, sem soar sério demais para não destoar do tom dos filmes. Eis que o intérprete perfeito foi encontrado no Brasil na pessoa de Marcio Seixas.
Muito conhecido por ser a voz do Batman nas animações de Bruce Timm, o dublador fez um trabalho fenomenal com o personagem Gomez Addams. Hoje, uma grande parte do público prefere rever esses filmes dublados por conta deste cuidado, fazendo jus à fama da dublagem brasileira.
Citamos aqui trabalhos extremamente competentes, de um profissionalismo exemplar que buscou as melhores opções para a dublagem. Ressaltamos que o fato de citar apenas os protagonistas não desmerece o restante do elenco, sempre dando seu máximo. Agora, que tal citarmos os maus exemplos, que comprometeram a experiência do público? Sabia que o motivo disso é quase sempre chamar um famoso que … não é ator?
Essa releitura de Rapunzel pela Disney traz o selo de qualidade na técnica de animação, mas foi desastrosamente dublada no Brasil. Em um dos papéis principais, temos Luciano Huck, cuja participação só se justifica pela sua presença na mídia. Como já citamos, não se trata de um ator e a voz dele está bem longe de ser considerada agradável.
É difícil embarcar nesta história quando o personagem abre a boca. O apresentador simplesmente diz as falas sem qualquer trabalho de entonação, o que distrai o público e compromete a narrativa. Infelizmente, esse tipo de deslize é uma tendência muito comum no Brasil quando se trata de longas de animação.
Na animação de 2004, o peixe protagonista Oscar era dublado por Will Smith, ator com tom de voz bastante característico que serve bem a personagens com ginga e malandragem. Ou seja, um trabalho para um dublador experiente e versátil, já que o próprio personagem era calcado na persona do seu intérprete original.
Porém, no Brasil, Oscar foi dublado por Paulo Vilhena. Aí você pode argumentar que ele é ator. Sim, mas, naquele momento, ainda era inexperiente e só foi escalado pela sua popularidade como ídolo adolescente. Uma escolha patética, pois compromete o conjunto do elenco, com coadjuvantes profissionais, e se vale de um apelo que não é o do público-alvo do filme. Sem comentários.
Mais um exemplo de 2004 e uma animação, provando que existe um padrão nesta indústria. O longa metragem alemão A Terra Encantada de Gaya é, evidentemente, algo com muito menos apelo que Disney ou Dreamworks, o que fez com que os seus distribuidores no Brasil tivessem a brilhante ideia de turbinar a divulgação usando gente famosa na equipe de dublagem. A escolha não poderia ser mais equivocada.
O programa Pânico era super popular no rádio e na TV da época. Logo, foram recrutados Ceará, Vesgo, Bola, Mendigo e Sabrina Sato. A experiência no rádio ajudou alguma coisa? Claro que não, deixando mais um mau exemplo de dublagem. Um caso pior que os anteriores porque não temos só um personagem mal dublado, mas uma equipe de gente que não deveria estar ali.
Vale mencionar que o grupo do Pânico também fez as vozes em Asterix e os Vikings, dois anos depois. Tem gente que adora persistir no erro, não é mesmo?
Comprovando a regra, a escalação do então integrante do Casseta & Planeta, Bussunda, para dar a voz brasileira ao ogro da Dreamworks, foi outro tiro no pé. Apesar de comediante, ele não era ator e, evidentemente, nem dublador. Apenas mais uma figura popular, que, por acaso, tinha semelhanças físicas com o personagem e ficou com o trabalho em 2001 e 2004.
Com sua morte prematura, quem o substituiu foi o profissional Mauro Ramos, que já trazia um bom currículo na área naquele momento. E assim encerramos nossa lista de piores, restrita às animações para o público infanto-juvenil. Ainda bem que a dublagem brasileira se destaca muito quando não existem essas imposições das distribuidoras, não é?
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