Falando com muita sinceridade, Keanu Reeves está bem distante de ser considerado um bom ator. Não negamos que é carismático e que até escolhe bem os projetos nas quais se envolve, mas seu talento dramático é bastante questionável. Isso, no entanto, não significa que ele não tenha seus bons momentos, ajudado por histórias e personagens que servem melhor ao seu tipo físico e alcance de atuação.
Pensando nisso, buscamos alguns exemplos aqui para relacionar os papéis em que ele se saiu melhor, mas classificando também os casos em que foi constrangedor. Confira, então, essa lista, organizando as atuações de Keanu Reeves das melhores às piores.
A adaptação do personagem da DC já foi polêmica pela opção de trocar a nacionalidade inglesa pela norte-americana, como também pela escolha de um ator fora do tipo loiro dos quadrinhos. Deixando esse purismo de lado e avaliando a obra, Constantine acerta em vários aspectos, inclusive em encaixar a falta de expressão de Reeves no comportamento de John Constantine.
Podem argumentar que o mérito é mais do diretor. Ainda assim, não podemos negar que é uma performance muito acima da média dentro da filmografia do ator. Uma pena que não vingou como franquia e parou em um único filme.
Filme de época com elenco estelar, onde mesquinhez e vingança na aristocracia francesa são motivações para criar um plano que envolve a sedução de uma jovem. Keanu Reeves tem um papel menor aqui e não teria como competir com alguém do calibre de John Malkovitch, mas seu estilo convence na ingenuidade de seu personagem.
Mais uma vez, a direção sabe como utilizar a figura do ator, sem comprometê-lo no meio de atores mais velhos e muito melhores do que ele. Uma grande de produção que vale a revisão até hoje.
E não é que ele já esteve em uma adaptação de Shakespeare? E ainda por cima se saiu bem, já que encarnou o pérfido e invejoso Don John nesta versão de Muito Barulho por Nada. Um personagem cujos esquemas tinham a única intenção de prejudicar seu irmão e amigos próximos, além de um semblante que não escondia sua condição maligna.
Como não é um personagem muito desenvolvido além de ser mau, talvez haja quem diga que foi fácil. Porém, o que conta é funcionar no filme, sem comprometer a narrativa, o que realmente aconteceu aqui.
Até agora, temos três filmes com o matador John Wick, que renderam um sucesso inesperado em uma carreira que andava em baixa. Pois bem, o responsável pela escolha de elenco marcou um gol de placa aqui escalando o ator como protagonista. Mais uma vez, Reeves encontrou um projeto onde sua persona comum se encaixa bem na natureza do filme e sua atmosfera.
Resta torcer para que essa franquia não se estenda em muitos filmes, já que corre um rsico enorme de entediar o público. Com esses três filmes, o saldo ainda é positivo para o ator principal.
Só vale o primeiro, é bom já avisar. O filme catapultou essa carreira na época e as irmãs Wachowski fizeram um bom trabalho na construção geral, inclusive na direção de elenco. O ar meio perdido do ator é adequado para os momentos em que o filme vai lançando suas revelações, sabiamente, sem exigir grandes picos dramáticos dele. Após as reviravoltas da trama, também não é preciso que ele se esforce muito em sua nova condição.
Já ficou claro até aqui que a performance dramática de Keanu Reeves depende menos dele do que dos diretores com quem trabalha, que precisam trabalhar dentro desta limitação clara. Pois bem, os exemplos a partir daqui mostram ocasiões em que isso não aconteceu, então fique agora com os piores momentos.
A coisa complicou aqui, já que era preciso contracenar em pé de co-protagonismo com ninguém menos que Al Pacino. A falta de expressão de um fica mais evidente frente ao talento bombástico do outro. Além disso, essa é uma história de ambiguidades fortes no mundo da advocacia, com fundo sobrenatural. Ou seja, uma tarefa muito além do calibre de Reeves.
Não é um filme desprezível por isso, mas fica aquele gosto amargo no final quando pensamos em como ele poderia ser melhor se tivessem contratado outro ator. Enfim, faz parte do jogo, infelizmente.
Tão envolvido na prática das artes marciais na vida real, Keanu Reeves resolveu investir neste projeto, assumindo também a cadeira de diretor. Encarnando o vilão da trama, existe uma dificuldade enorme em comprar isso por conta de uma atuação robótica, com um roteiro que não é exemplo de profundidade. Acumulando as duas funções, ficou ainda mais difícil soar convincente, embora as coreografias com ele sejam bacanas.
A experiência não deve ter sido muito agradável, já que sua carreira de diretor ficou neste filme até agora. Poderia tentar de novo, na verdade, desde que não tentasse atuar no mesmo filme.
Nesta história, um jovem agente do FBI se infiltra em uma gangue de surfistas, suspeitos de serem uma quadrilha de assaltantes de bancos. Muito da graça do roteiro é pelo envolvimento emocional do infiltrado com os bandidos, mas essa ambiguidade é diluída demais pela ausência de expressão de Reeves. Não que o restante seja tão digno de nota, mas é um potencial do texto que acaba desperdiçado.
Talvez digam que é implicância e que o próprio ritmo do filme atrapalha o ator. Porém, para quem costuma prestar atenção em atuação, não há como não se incomodar com essa performance. Na verdade, o restante do elenco também não parece estar se esforçando muito.
Coroando esta lista, chegamos a uma versão controversa do vampiro mais famoso de todos os tempos. Deixando de lado os méritos do filme, a pior escolha, de longe, foi escalar o então jovem galã para o papel de Jonathan Harker, já que estamos falando de um personagem que exige um trabalho de sotaque, algo muito além das capacidades de Keanu Reeves. Fora o tipo físico distante do ideal.
Piorando o cenário, a gama de emoções que Harker precisa exibir em tela é uma tarefa complicada para qualquer intérprete. Somente a popularidade dele na época explica sua presença em um elenco muito chamativo e premiado.
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