No mês das crianças, é bom lembrar que atuar não é coisa somente de adulto. Desde sempre, as narrativas se ocupam de personagens infantis que têm destaque em algumas tramas, quando não o protagonismo. Para isso, obviamente, é preciso de um jovem profissional que dê conta do recado. Não importa se é drama ou comédia, mas a gurizada precisa se esforçar para convencer e alguns se destacaram ao longo das décadas.
Confira agora nossa lista de crianças que atuaram melhor que muito marmanjo veterano. Performances de todas as épocas que nunca serão esquecidas pelos cinéfilos mundo afora, mesmo que algumas carreiras não tenham decolado depois. Longe de especular por quais motivos alguns desses jovens atores não reencontraram o sucesso, o que vale aqui é celebrar grandes momentos em que eles brilharam.
A menina possuída por uma entidade maligna, em O Exorcista, chocou o mundo em 1973 e ainda tem força. Grande parte do mérito é de Linda Blair, com 12 anos quando as filmagens começaram. O desafio era passar a inocência no início, para depois se transfigurar em algo muito assustador. Contou com uma dubladora para a voz da entidade, o que não diminui seu trabalho de expressão facial. A carreira não decolou depois, mas aqui ela brilhou.
Diferente da maioria que chama atenção muito cedo, Jodie Foster se consagrou como atriz e diretora depois, mas sua porta de entrada para o estrelato foi aos 12 anos. Em Taxi Driver, ela interpretou a prostituta Iris, que acaba trazendo sentido à vida do perturbado Travis, vivido por Robert De Niro, empenhado em salvá-la daquele mundo sórdido. Um papel difícil, entregando uma atuação invejável.
O Sexto Sentido estreou em 1999. Além da qualidade geral do filme, os comentários giraram em torno da atuação de Haley Joel Osment, no papel do menino Cole, capaz de ver pessoas mortas. Um trabalho que roubou a cena e engoliu o astro Bruce Willis, rendendo até uma indicação ao Oscar. Depois veio A. I., de Steven Spielberg, com outra bela performance. A boa fase acabou, mas nada apaga esses grandes momentos.
Hoje um ator camaleônico, a trajetória de Christian Bale ganhou outra proporção ao aceitar ser o Batman, mas ele começou bem antes. A respeitabilidade artística começou aos 12 anos, quando ele foi escolhido por Steven Spielberg para protagonizar O Império do Sol, como um garoto tentando sobreviver à ocupação japonesa em Xangai, durante a Segunda Guerra. Um dos grandes personagens infantis do cinema, graças ao seu talento precoce.
Estreando como atriz em 1990, Christina Ricci tinha apenas dez anos quando conseguiu sua grande chance em A Família Addams, um ano depois. O jeito macabro de Wednesday Addams, bem utilizado no contexto cômico, conquistou o público e chamou atenção. Tanto que ela teve mais espaço na continuação, confirmando de vez seu talento. Ainda que seja mais lembrada por essa fase, ela seguiu atuando e se mantém firme na profissão.
Em 2002, aos oito anos, Abigail Breslin já teve a chance de participar de Sinais, produção com Mel Gibson como protagonista. Já era uma grande responsabilidade, mas quatro anos depois ela teria muito mais destaque com Pequena Miss Sunshine, rendendo até uma indicação ao Oscar. Sua personagem, a pequena candidata a miss infantil que acaba reatando os laços de sua família disfuncional, é algo inesquecível.
Aos 11 anos, Anna Paquin levou para casa um Oscar de melhor atriz coadjuvante por O Piano. Primeiro papel dela no cinema, como a menina britânica que acompanha sua mãe para uma nova vida na Nova Zelândia no período colonial. A relação tão próxima entre as duas comoveu o público e a carreira de Anna deslanchou. Tanto que ela conseguiu papéis em filmes grandes depois, vivendo Vampira na franquia X-Men.
Filha do famoso Ryan O’Neal, ela ostenta até agora o posto de mais nova a ganhar um Oscar de melhor atriz coadjuvante por Lua de Papel, em 1973 e aos 10 anos. Aliás, também em seu primeiro papel, contracenando com seu pai, que repetia parentesco também na tela. Na pele de uma criança que só queria viver com seu pai golpista, ela brilhou em uma mistura de doçura infantil com malandragem.
Não necessariamente pelo talento dramático, Macaulay Culkin se tornou uma das caras mais conhecidas dos anos 90, aos 10 anos. O carisma do garoto bastou para que Esqueceram de Mim fosse uma das grandes bilheterias daquela década, fazendo o garoto emplacar uma continuação e mais alguns sucessos nos anos seguintes. Uma carreira cujo brilho não se manteve na idade adulta, mas é impossível falar de atores mirins e não citá-lo.
Quem não se lembra de Claudia, a pequena vampira de Entrevista com o Vampiro? Kirsten Dunst tinha 12 anos quando encarou o difícil papel e teve sua atuação comentada. Virou um rosto conhecido depois, aparecendo em Jumanji pouco depois e trabalhando sem parar enquanto crescia. Hoje é mais lembrada pelos filmes do Homem-Aranha de Sam Raimi, mas inesquecível mesmo era aquela criança meio angelical e meio monstruosa.
Mais um caso de estreante bem sucedido, Jamie Bell tinha 13 anos quando encarnou o papel título de Billy Elliot. Uma história sensível, sobre um garoto que tentava quebrar o preconceito e o provincianismo de sua família e do distrito onde vivia, trocando o boxe pelo balé. O personagem conquista o público facilmente, muito pela entrega de seu pequeno ator, cuja carreira seguiu até bem, ainda que sempre seja associado ao esforçado Billy.
Um pouco abaixo da média de idade do sucesso quando criança, Jacob Tremblay teve sua chance aos 9 anos. O Quarto de Jack mostrou o drama de uma mãe e uma criança gerada em um cativeiro, filha do sequestrador. Uma vez livres dessa prisão, o menino precisa ser apresentado a um mundo do qual foi privado desde o nascimento, uma carga considerável para Jacob interpretar. Como ele conseguiu, merece seu lugar aqui nesta e em outras listas.
Logan, que marcou a despedida de Hugh Jackman no papel de Wolverine, tem várias qualidades. Uma delas é Dafne Keen no papel de Laura, que o protagonista acolhe de forma relutante. Aos 12 anos, a pequena conquistou não apenas o protagonista, mas toda a plateia, mostrando selvageria nas cenas de ação e muita desenvoltura dramática quando as cenas assim pediam. Roubar a cena de um ator tão carismático é para poucos.
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