Todo cinéfilo curte uma boa lista, não é mesmo? Ainda mais por todas elas serem polêmicas, afinal de contas, nem todo mundo vai concordar com as escolhas e aí a discussão está armada. Quando a parada é escolher diretores, existem alguns critérios mais ou menos básicos a se levar em conta, mas nem por isso a discórdia deixa de aparecer.
Mas o que define um bom cineasta e o que faz outro ruim? A fluidez do filme é um dos pontos principais, pois é o ritmo trabalhado que impede que o público fique entediado e mantém o interesse. Todo mundo gosta de terminar um filme dizendo: “Nossa, passou tão rápido!”. No entanto, nem todo profissional do Cinema tem esse domínio.
Entre vários outros pontos, trouxemos aqui alguns exemplos de diretores que se destacaram na última década. Que mostraram um potencial enorme para continuar criando grandes obras. Para adicionar mais a esse caldo, também teremos exemplos negativos, com alguns realizadores que deveriam repensar suas escolhas.
Primeiro, vamos aos melhores:
Iniciando no finalzinho da década de 1990, o inglês Christopher Nolan catapultou sua carreira poucos anos depois com sua trilogia do Batman. Nos últimos dez anos, brindou o público com A Origem, Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, Interestelar e Dunkirk. O terceiro filme do Homem-Morcego costuma ser comentado como um momento menor, mas vários trechos do filme atestam sua competência.
Nolan tem marcas registradas como artista e escreve seus roteiros também. Exceto pela trilogia do Batman, não investe em filmes para criar franquias, trazendo sempre algo original para as plateias e investe em efeitos práticos. Um dos mais interessantes diretores em atividade hoje.
O dinamarquês Nicolas Winding Refn é um ponto fora da curva em seu país. Muito mais próximo do cinema de gênero, ele ainda consegue imprimir maneirismos visuais muito peculiares, fazendo seus filmes reconhecíveis pelos seus admiradores e destacando-se no meio da mesmice do Cinema comercial. Em 2011, o excelente Drive chamou atenção, trazendo dois anos depois Só Deus Perdoa, bem mais rebuscado na proposta.
Seus últimos trabalhos foram o terror Demônio de Neon e a série para o Amazon Prime, Too Old To Die Young. Um cineasta que busca extrair sensações dos seus espectadores, através de imagens com cores fortes, além de uma personalidade com disposição a polêmicas nas entrevistas.
Vindo do Canadá com experiência em curtas e documentários, Denis Villeneuve conquistou Hollywood com uma linguagem apurada e invejável conhecimento técnico. Essa bagagem já se mostra no seu longa de 2010, Incêndios. A partir daí, trabalhou com atores famosos nos EUA, entregando pérolas como O Homem Duplicado, adaptando Saramago, em 2013. O thriller Sicário veio dois anos depois, consagrando essa carreira que ainda tem muito a mostrar.
Seus maiores filmes até aqui, A Chegada e Blade Runner 2049, até dividem opiniões em termos de escolhas de roteiro, mas é impossível negar sua competência na condução dessas histórias. Só isso já justifica sua inclusão em uma lista de melhores da década.
Da nossa lista de melhores, esse é o único a se iniciar no ofício nos último dez anos. Responsável pelos roteiros que dirige, este romancista só tinha créditos como diretor de fotografia em curtas quando, em 2015, teve a oportunidade de dirigir Rastro de Maldade. Extremamente barato para os padrões da indústria, o filme mostrou o enorme potencial do norte-americano Zahler.
O prestígio permitiu a realização de mais duas produções. Confronto no Pavilhão 99 e Dragged Across Concrete mostraram suas marcas registradas no uso da violência e no tipo de personagens que gosta de trabalhar. S. Craig Zahler não é um nome famoso, daqueles que geram barulho em redes sociais, mas quem gosta de verdade de Cinema deve ficar de olho nele.
Vamos aos piores agora? É pra já!
O veterano começou bem na indústria, entregando grandes filmes como Os Duelistas, Alien: O Oitavo Passageiro e Blade Runner. O passar dos anos, no entanto, mostrou uma trajetória irregular, acertando aqui e ali, mas fazendo muita coisa descartável. Eis que a última década têm provado que a idade não fez bem a ele e os equívocos já começam na escolha dos projetos.
A retomada da franquia falida de Alien com o pretensioso e insosso Prometheus já indicou como seriam os próximos anos. Projetos gigantes como épico Êxodo, adaptação de Perdido em Marte, onde não existe qualquer tensão pelo destino do protagonista, e Alien: Covenant, sepultando esperanças de Scott entregar um filme apenas razoável.
Especialista em explosões, o que não é um critério de qualidade se isso não é bem filmado, Michael Bay é um cineasta que virou sinônimo de grandiloquência. No mau sentido, é claro. Na última década, ele dirigiu mais três filmes da franquia que iniciou em 2007, Transformers, provando que não busca projetos desafiadores como realizador. Muito pelo contrário.
Neste período, suas duas únicas escapadas do universo de robôs gigantes se batendo de qualquer jeito foi em Sem Dor, Sem Ganho e 13 Horas. Em ambos os casos, pareciam ser aqueles filmes de virada de carreira, mas ele deixou claro mesmo que não liga para sua evolução artística. Ah, e nem para a inteligência do público.
O homem que topou iniciar o Universo cinematográfico DC pagou caro. Não poderia ser uma tarefa fácil, com tamanha pressão do estúdio, mas Zack Snyder também tem muito pouco a oferecer além de um visual interessante. Ele entrou na segunda década do século XXI com o desprezado Sucker Punch, emendando Homem de Aço logo depois e foi criticado pela falta de substância do filme.
Com Batman Vs. Superman conseguiu um filme superior ao outro, mas desperdiçou muito do potencial da história. Sobre Liga da Justiça, não há muito a dizer, já que é basicamente esquecível. Será que alguém realmente gosta dessa obsessão dele com câmera lenta? Cada vez que isso acontece, o público sai da experiência e lembra que é um filme do Zack Snyder.
Um caso triste o do indiano M. Night Shyamalan. Estourou em 1999 com o surpreendente O Sexto Sentido, emendou outro filmaço no ano seguinte com Corpo Fechado e acabou. De lá para cá, só a promessa de um próximo grande filme que nunca aconteceu. O mais engraçado é que ele parece piorar a cada novo projeto.
Em 2016, Fragmentado até saiu-se bem, retomando de surpresa o universo de Corpo Fechado. Só para estilhaçar nossas esperanças depois com o desprezível Vidro, em 2019. Um filme que consegue piorar quando pensamos nele como fim de uma trilogia que começou de forma maravilhosa. E o cara continua aí, produzindo e dirigindo…
E assim encerramos nossa seleção, lamentando os milhões de dólares gastos nos projetos dos piores diretores de Cinema da última década.
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